Qualidade de vida

Não no âmbito do ócio e do jogo, mas sim naqueles outros em que são propostas “tarefas de desenvolvimento”, passa para o primeiro plano o que, definitivamente, constitui o grande tema e desafio comportamental de todo adulto: a adaptação e, em seu caso, o enfrentamento do medo, da realidade que o circunda e das adversidades que esta traz consigo. A partir da adolescência e durante a vida adulta, a tomada de decisões e as estratégias para levá-las a bom termo adquirem uma relevância crucial, em primeiro lugar para sobreviver e, em segundo, mas não secundário termo, para viver com certa qualidade de vida e de experiência.

A adaptação é necessária sempre diante de situações novas; e torna-se mais decisiva quanto mais novidade houver ao seu redor. As transformações nos anos intermediários e últimos da vida adulta se tornaram mais agudas como consequência de situações em outras épocas históricas e em outras sociedades: o “ninho vazio” ou abandono do lar por parte dos filhos que se tornam independente, as rupturas familiares, a aposentadoria, ainda mais se essa se produz prematuramente como consequência de alguma disfunção sobrevinda.

A tarefa é, então adaptar-se acertadamente às novas condições, tanto sociais quanto biológicas, que os anos trazem consigo. Assim, surgem diferentes modos de lidar com a realidade: padrões diferenciais, estilos de comportamento, alguns dos quais são adaptativos, enquanto outros são patológicos, disfuncionais ou condenados ao fracasso.

Outras pessoas, no entanto, enxergam seu contexto como ameaçador. Estão na defensiva, em um comportamento rotineiro, convencional e conformista com as normas sociais, sob um grande controlo de seus próprios sentimentos e emoções.

Existem aqueles que mantêm padrões de comportamento impróprios para sua idade, típicos de anos anteriores. É o caso do “eterno adolescente”. Sua imagem se encontra envolta em uma certa aura romântica, de mito de juventude perene, mas corresponde a um padrão de comportamento imaturo e irresponsável, egocêntrico e narcisista.

O repertório dos padrões diferenciais de comportamento na idade adulta poderia continuar com alguns tipos que se encontram nos confins da claramente psicopatologia. No pólo activo, mas destrutivo, estão os eternos mal-humorados, hostis para tudo que os rodeia, agressivos e queixosos, competitivos, rígidos e rotineiros.

Não existe, então, algo assim como um padrão típico de comportamento adulto, alguns traços característicos da personalidade adulta como contraposição a outras idades. O traço mais universal e predominante não está relacionado ao conteúdo, mas sim, à estrutura: os adultos manifestam uma complexidade comportamental, cognitiva e afectiva, muito maior do que as crianças.

Certamente, muitos elementos da felicidade, da qualidade de vida, do bem-estar e das satisfações dependem de circunstâncias externas. Mas se é que, em algum momento, há certo controle pessoal sobre tudo isso, é na idade adulta.

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